MEUS LIVROS

Pessoal, tenho dois livros lançados. Para adquiri-los acesse os links a seguir:

Nos trilhos do trem e outras (livro impresso) crônicas: https://editoramultifoco.com.br/loja/product/nos-trilhos-do-trem-e-outras-cronicas/

Verso e Prosa: poesias para a alma, crônicas para a vida (versão e-book): https://www.amazon.com.br/Verso-Prosa-Poesias-para-cr%C3%B4nicas-ebook/dp/B08ZY24DPG/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=verso+e+prosa&qid=1618406411&sr=8-1

Verso e Prosa: poesias para a alma, crônicas para a vida (livro impresso): https://clubedeautores.com.br/livro/verso-e-prosa-2

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CONHECENDO O AUTOR DO BLOG

O professor e escritor Marcos Cortinovis Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, na capital, em 1975. Após estabelecer-se profissionalmente como professor, foi morar em Mangaratiba, município da Costa Verde fluminense, onde permaneceu por três anos. Atualmente reside em Itaguaí, município da região metropolitana do Rio de Janeiro, compreendida entre a Baixada Fluminense e a Costa Verde.

Casou-se em 1998, tem dois filhos e um neto. Estudou Direito, mas não chegou a se formar, trancou o curso quando iniciou o quinto ano da faculdade e, em seguida, ingressou no curso de Letras. Fez especialização em Linguística e Língua Portuguesa e cursou Mestrado, cuja pesquisa volta-se à leitura e produção textual de alunos em privação de liberdade.

É professor da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro, possui duas matrículas públicas: por uma delas, é lotado em uma escola situada em um presídio, onde, além de lecionar Língua Portuguesa e Literatura, coordena trabalhos extraclasse – o Festival de Música e o Café Literário – os quais visam não apenas o desenvolvimento intelectual dos alunos, mas também a sensibilidade artística deles; por outra matrícula, leciona Português e Literatura em Itaguaí.

Lançou-se pela primeira vez no mundo da literatura como escritor com a obra "Nos trilhos do trem e outras crônicas", em que, além de outros temas, inspira-se no dia a dia do trem suburbano do Rio de Janeiro.

Além disso, inspirou-se em cronistas pelos quais tem grande admiração – Luís Fernando Veríssimo, Stanislaw Ponte Preta, Rubem Braga e Zuenir Ventura – e pretende alçar mais voos no universo literário.

sábado, 30 de novembro de 2019

Intertextualidade

1) (ENEM – 2003)


(Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122). Tarsila do Amaral)

Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.
(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:

a) “Pensem nas meninas/ Cegas inexatas/ Pensem nas mulheres/ Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes)
b) “Somos muitos severinos/ iguais em tudo e na sina:/ a de abrandar estas pedras/ suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)
c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome/ sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)
d) “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)
e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...)/ Os inocentes, definitivamente inocentes/ tudo ignoravam,/ mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

2) (ENEM – 2007)
Texto I

Álcool, crescimento e pobreza
O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de aguentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.
[Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações)]

Texto II

ÁLCOOL: O MUNDO DE OLHO EM NOSSA TECNOLOGIA




















— Ah, fico meio encabulado em ter de comer com a mão diante de tanta gente!
(ANGELI Folha de S. Paulo, 25/3/2007)

a) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.
b) a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.
c) o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.
d) a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana- de- açúcar no setor sucroalcooleiro.
e) o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.


3) (ENEM – 2011)











O anúncio publicitário está intimamente ligado ao ideário de consumo quando sua função é vender um produto. No texto apresentado, utilizam-se elementos linguísticos e extralinguísticos para divulgar a atração “Noites do Terror”, de um parque de diversões. O entendimento da propaganda requer do leitor:

a) A identificação com o público-alvo a que se destina o anúncio.
b) A avaliação da imagem como uma sátira às atrações de terror.
c) A atenção para a imagem da parte do corpo humano selecionada aleatoriamente.
d) O reconhecimento do intertexto entre a publicidade e um dito popular.
e) A percepção do sentido literal da expressão “noites do terror”, equivalente à expressão “noites de terror”.










GABARITO
1 - B 
2 - E 
3 - D 

Uso da Vírgula

O texto I serve de base às questões 1, 2 e 3.

Texto I
Encontrando base em argumentos supostamente científicos, o mito do sexo frágil contribuiu historicamente para controlar as práticas corporais desempenhadas pelas mulheres. Na história do Brasil, exatamente na transição entre os séculos XIX e XX, destacam-se os esforços para impedir a participação  da mulher no campo das práticas esportivas. As desconfianças em relação à presença da mulher no esporte estiveram culturalmente associadas ao medo de masculinizar o corpo feminino pelo esforço físico intenso. Em relação ao futebol feminino, o mito do sexo frágil atuou como obstáculo ao consolidar a crença de que o esforço físico seria  inapropriado para proteger a feminilidade da mulher “normal”. Tal mito sustentou um forte movimento contrário à aceitação do futebol como prática esportiva feminina. Leis e propagandas buscaram desacreditar o futebol, considerando-o inadequado à delicadeza. Na verdade, as mulheres eram consideradas incapazes de se adequar às múltiplas dificuldades do “esporte-rei”.
[TEIXEIRA, F L. S.; CAMINHA, I. O. Preconceito no futebol feminino: uma revisão sistemática. Movimento, Porto Alegre, n. 1,2013 (adaptado)] 

1) (ENEM- 2018) No contexto apresentado, a relação entre a prática do futebol e as mulheres é caracterizada por um:

a) argumento biológico para justificar desigualdades históricas e sociais.
b) discurso midiático que atua historicamente na desconstrução do mito do sexo frágil.
c) apelo para a preservação do futebol como uma modalidade praticada apenas pelos homens.
d) olhar feminista que qualifica o futebol como uma atividade masculinizante para as mulheres.
e) receio de que sua inserção subverta o “esporte-rei” ao demonstrarem suas capacidades de jogo.

2) No trecho “Na história do Brasil, exatamente na transição entre os séculos XIX e XX, destacam-se os esforços para impedir a participação da mulher no campo das práticas esportivas”, o uso da primeira vírgula é justificado por:

a) isolar termos de mesma função sintática
b) isolar aposto
c) isolar vocativo
d) separar orações
e) isolar advérbios

3) Em “Na verdade, as mulheres eram consideradas incapazes de se adequar às múltiplas dificuldades do “esporte-rei”, o termo sublinhado é uma locução adverbial, portanto o uso da vírgula, nesse caso, é:
a) opcional
b) obrigatório
c) uma questão estilística
d) característica do autor
e) inadequado

O texto I serve de base às questões 4 e 5.

ABL lança novo concurso cultural:
“Conte o conto sem aumentar um ponto”

Em razão da grande repercussão do concurso de Microcontos do Twitter da ABL, o Abletras, a Academia Brasileira de Letras lançou no dia do seu aniversário de 113 anos um novo concurso cultural intitulado “Conte o conto sem aumentar um ponto”, baseado na obra A cartomante, de Machado de Assis.
“Conte o conto sem aumentar um ponto” tem como objetivo dar um final distinto do original ao conto A cartomante, de Machado de Assis, utilizando-se o mesmo número de caracteres – ou inferior – que Machado concluiu seu trabalho, ou seja, 1 778 caracteres.
Vale ressaltar que, para participar do concurso, o concorrente deverá ser seguidor do Twitter da ABL, o Abletras.
[Disponível em: www.academia.org.br. Acesso em: 18 out. 2015 (adaptado)]

4) (ENEM – 2018) O Twitter é reconhecido por promover o compartilhamento de textos. Nessa notícia, essa rede social foi utilizada como veículo/suporte para um concurso literário por causa do(a):

a) limite predeterminado de extensão do texto.
b) interesse pela participação de jovens.
c) atualidade do enredo proposto.
d) fidelidade a fatos cotidianos.
e) dinâmica da sequência narrativa.

5) A vírgula indica as pausas breves que usamos nas falas. No entanto, mais que isso, ela deve estar em acordo com as relações sintáticas dos enunciados nas orações. Sendo assim, indique a opção em que a vírgula foi usada para isolar expressão explicativa:

a) “Em razão da grande repercussão do concurso de Microcontos do Twitter da ABL, o Abletras, a Academia Brasileira de Letras lançou no dia do seu aniversário de 113 anos” 
b) “baseado na obra A cartomante, de Machado de Assis”
c) “tem como objetivo dar um final distinto do original ao conto A cartomante, de Machado de Assis, utilizando-se o mesmo número de caracteres...”
d) “utilizando-se o mesmo número de caracteres – ou inferior – que Machado concluiu seu trabalho, ou seja, 1 778 caracteres”
e) Vale ressaltar que, para participar do concurso, o concorrente deverá ser seguidor do Twitter da ABL”


GARITO

1 – A 
2 – E
3 – B
4 – A
5 – D

Conjunções

1) Leia a manchete do jornal abaixo:




















A conjunção “mas” une duas orações estabelecendo entre elas uma ideia de quebra de expectativa, que é percebida, pois:

a) Se os crimes crescem, as investigações tendem a diminuir.
b) Se os crimes crescem, as investigações deveriam aumentar.
c) Se os crimes crescem, é sinal de que não há investigação.
d) Já que as investigações diminuem, os crimes deveriam igualmente diminuir.
e) Os crimes aumentam na mesma proporção que as investigações diminuem.

2) Considere a sentença abaixo:

“Marcos enfrentou congestionamento no trânsito e perdeu o início da reunião.”

As duas orações do período estão unidas pela conjunção “e”, que, nesse caso, atribui valor semântico de adição. Além disso, esse enunciado poderia ser reescrito com sentido de conclusão da seguinte forma:

a) Marcos enfrentou congestionamento no trânsito, porque perdeu o início da reunião.
b) Marcos enfrentou congestionamento no trânsito, porém perdeu o início da reunião.
c) Ora Marcos enfrentou congestionamento no trânsito, Ora perdeu o início da reunião.
d) Marcos não só enfrentou congestionamento no trânsito, mas também perdeu o início da reunião.
e) Marcos enfrentou congestionamento no trânsito, portanto perdeu o início da reunião.

3)
Tarefa

Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis…
E quando em muitos a não pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
(CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981)

Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática:

a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.
b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.
d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.
e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.

4)
O Segundo Sol

Quando o segundo sol chegar
Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa
Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza
(…)
(Cássia Eller)

Na primeira estrofe da letra de música “O Segundo Sol”, há duas conjunções subordinativas que, respectivamente, dão ideia de:

a) causa e modo.
b) tempo e modo.
c) tempo e causa.
d) modo e finalidade.
e) tempo e finalidade.

5) (Enem-2014)
Miss Universo: "As pessoas racistas devem procurar ajuda"

SÃO PAULO - Leila Lopes, de 25 anos, não é a primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. A primazia coube a Janelle "Penny" Commissiong, de Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, em 1995; Wendy Fitzwilliam, também de Trindad e Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise Nunes, que foi a primeira negra a se eleger Miss Brasil, ficou em sexto lugar na classificação geral. Ainda assim a estupidez humana faz com que, vez ou outra, surjam manifestações preconceituosas como a de um site brasileiro que, às vésperas da competição, e se valendo do anonimato de quem o criou, emitiu opiniões do tipo "Como alguém consegue achar uma preta bonita?" Após receber o título, a mulher mais linda do mundo - que tem o português como língua materna e também fala fluentemente o inglês - disse o que pensa de atitudes como essa e também sobre como sua conquista pode ajudar os necessitados de Angola e de outros países.
[COSTA, D. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set 2011 (adaptado)]

O uso da expressão “ainda assim” presente nesse texto tem como finalidade:

a) criticar o teor das informações fatuais até ali veiculadas.
b) questionar a validade das ideias apresentadas anteriormente.
c) comprovar a veracidade das informações expressas anteriormente.
d) introduzir argumentos que reforçam o que foi dito anteriormente.
e) enfatizar a contradição entre o que é dito antes e o que vem em seguida.


GARITO

1 – B 
2 – E
3 – B
4 – E
5 – E


Figuras de linguagem

1) (ENEM – INEP  -Adaptada) Na estruturação do texto, destaca-se:

Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

[...]

O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
(BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967)

a) a construção de oposições de ideias.
b) a apresentação de ideias de forma objetiva.
c) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo.
d) a repetição de sons consonantais e de construções sintáticas semelhantes.
e) a inversão da ordem sintática das palavras, ou seja, o uso de hipérbato.

2) Na sentença: “Este seu Guignard é falso ou verdadeiro?”, o nome do pintor Guignard é empregado como uma referência para um quadro do mesmo pintor, ou seja, uma metonímia. Sendo assim, assinale a alternativa em que o uso desse nome tem a mesma função:

a) “Mas me diga só uma coisa: viu Guignard pintar este quadro?”
b) “Qualquer um vê logo que se trata de Guignard autêntico, Guignard da melhor época.”
c)“Guignard tinha alunos; e daí?”
d) “Eu não duvido nada, só que existem por aí uns cinquenta quadros falsos de Guignard, e então...”
e) Esses quadros de Guignard são autênticos e serão expostos na galeria.

3) Leia a tirinha:









O humor da tirinha é construído sobre o que o personagem Armando tem como preferência. A fim de corroborar com isso, foi utilizada uma figura de linguagem identificada como:

a) Comparação, devido à aproximação de elementos de universos diferentes, através do uso do termo “como”
b) Metáfora, pois no texto “amor” é exemplificado com a “flor” e com o “carro”
c) Metonímia, no que se refere em  “o todo pela parte”, pois, na tirinha em análise, o “amor” é o todo, e a “flor” e o “carro” são a parte.
d) Aliteração, devido à repetição do som consonantal /r/ - amor, flor, for, regada, murcha e morre.
e) Eufemismo, pois há o abrandamento do conceito de amor, em sua semelhança com a flor.

4)
Levantados do chão
(Chico Buarque de Hollanda)

Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Como embaixo dos pés uma terra
Como água escorrendo da mão? [...]

Como assim? Levitante colono?
Pasto aéreo? Celeste curral?.
Um rebanho nas nuvens? Mas como?
Boi alado? Alazão sideral? [...]

As imagens da última estrofe constroem-se através da combinação de substantivos com adjetivos, pertencentes aos campos semânticos de ar e de terra. A maneira como esses campos semânticos estão combinados resulta:

a) em imagens contraditórias, expressas numa figura de linguagem, o paradoxo.
a) em imagens opostas, expressas numa figura de linguagem, a antítese.
a) em imagens amenizadas, expressas numa figura de linguagem, o eufemismo.
a) em sensações sonoras, expressas numa figura de linguagem, a aliteração.
a) em imagens exageradas, expressas numa figura de linguagem, a hipérbole.

5)
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
(...)
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros pra floresta
Pro Quilombo dos Palmares, eu vi
(...)
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E pr’aquele que provar que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu.
(Eu nasci há dez mil anos atrás, Paulo Coelho e Raul Seixas. LP, Há dez mil anos atrás, Philips, 1976)

Na letra da canção de Raul Seixas, há um eu lírico que, para mostrar a sua vasta experiência de vida, expressa-se por meio do uso da figura de linguagem denominada:

a) Metonímia
b) Hipérbole
c) Polissíndeto
d) Hipérbato
e) Antítese










GARITO

1 – D 
2 – B
3 – A
4 – A
5 – B

Aposto e Vocativo

Leia o texto 1 e faça as questões 1 e 2:

Texto 1

A historinha transcrita abaixo foi publicada na seção Humor de uma revista:

A professora Maria do Rosário passou a lição de casa: fazer uma redação com o tema "mãe só tem uma".
no dia seguinte, cada aluno leu a sua redação. todas mais ou menos dizendo as mesma coisas: a mãe nos amamenta, é carinhosa, é a rosa mais linda...
Portanto, mãe só tem uma...
Ai chegou a vez do Juquinha ler a sua redação: "Domingo foi visita lá em casa. As visitas ficaram na sala. Elas ficaram com sede e minha mãe pediu pra mim buscar uma Coca-Cola na cozinha. Eu abri a geladeira e gritei: 
"-mãe, só tem uma!" 
(texto adaptado. Viaje bem – Revista de Bordo da VASP)

1) Essa piada baseia-se nas interpretações diferentes de (I) “Mãe só tem uma” e (II) “Mãe, só tem uma”.
Compare esses dois enunciados com base na análise das relações sintáticas que se estabelecem entre as palavras, assim pode-se concluir que:

a) ambas têm o mesmo sentido, sendo o termo “mãe” o sujeito em ambas as orações.
b) a presença da vírgula em (II) cria o vocativo “mãe”, que é interpelada pelo filho.
c) em (I) há um aposto especificador, o que é justificado pela ausência da vírgula.
d) na frase (II), a virgula marca a presença de um aposto explicativo.
e) nas duas situações, o termo “mãe” é vocativo. A presença e a ausência da vírgula é mero estilo de escrever do autor.

2) O aposto especificador é utilizado com o intuito de individualizar ou especificar um termo genérico empregado na oração. Esse recurso sintático está presente na oração:

a) “A professora Maria do Rosário passou a lição de casa”
b) “no dia seguinte, cada aluno leu a sua redação”
c) “a mãe nos amamenta, é carinhosa, é a rosa mais linda...”
d) “Portanto, mãe só tem uma...”
e) “Aí chegou a vez do Juquinha ler a sua redação”

O texto 2 serve de base para as questões 3 e 4.

Texto 2

Dois vocativos
(Adélia Prado)

“A maravilha dá de três cores:
branca, lilás e amarela,
seu outro nome é bonina.
Eu sou de três jeitos:
alegre, triste e mofina,
mas meu outro nome eu não sei.
Ó mistério profundo!
Ó amor!”
(O coração disparado. Rio de Janeiro: Record, 2006, p.19)

3) O eu lírico representado pelo poema, explicita informações tendo como referência dois elementos, cuja identificação não é retratada. No entanto o contexto permite concluir que esses elementos são:

a) uma flor e uma pessoa
b) uma maravilha e um mistério
c) uma bonina e um amor
d) um alegre e um triste
e) uma branca e uma lilás

4) Os versos 1 e 4 encerram com dois-pontos. Os versos seguintes a esse sinal de pontuação exercem função sintática de aposto que, nesse poema, tem o objetivo de:

a) explicar um termo
b) especificar um termo
c) resumir um termo
d) complementar um termo
e) enumerar um termo

5) O texto a seguir é parte da obra “Marília de Dirceu”, do poeta arcadista Tomás Antônio Gonzaga:

“Minha bela Marília, tudo passa,
A sorte deste mundo é mal segura
Se vem depois dos males a ventura
Vem depois dos prazeres a desgraça”

Na obra, observa-se um eu lírico que interpela a sua amada. O recurso sintático usado para essa finalidade é:

a) o vocativo “tudo passa”
b) o vocativo “Minha bela Marília”
c) o aposto explicativo “tudo passa”
d) o aposto especificativo “deste mundo”
e) o aposto enumerativo “prazeres” e “desgraça”







GARITO

1 – B 
2 – A
3 – A
4 – E
5 – B

Advérbio

Texto 1

Cidadezinha qualquer
(Carlos Drummond de Andrade)

Casas entre bananeiras 
mulheres entre laranjeiras 
pomar, amor, cantar.

Um homem vai devagar. 
Um cachorro vai devagar. 
Um burro vai devagar. 
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

1) A mesma oração se repete nos versos 4, 5 e 6, mudando apenas o sujeito. Com base no próprio poema, a intenção contida na repetição é:

a)  demonstrar que a cidade é bem agitada.
b) reforçar a ideia de monotonia da cidade.  
c) demonstrar que várias pessoas praticam a mesma ação na cidade.
d) reforçar o tom de insatisfação dos moradores da cidade.
e) Transmitir ideia de união, uma vez que os habitantes praticam a mesma ação.

2)  Os advérbios são classes de palavras responsáveis por indicar a circunstância em que se dá uma ação verbal. Nesse sentido, pode-se observar que, na segunda estrofe,  há a repetição de um mesmo advérbio, cuja função no texto é:

a) imprimir circunstância de tempo em relação à ação verbal.
a) imprimir circunstância de intensidade em relação à ação verbal.
a) imprimir circunstância de afirmação em relação à ação verbal.
a) imprimir circunstância de lugar em relação à ação verbal.
e) imprimir circunstância de modo em relação à ação verbal.

3) Os advérbios usados na primeira estrofe – “entre bananeiras” e “entre laranjais” –, além da sua função primária de indicar a circunstância da ação do verbo, assumem outra função especial nesse texto, que é:

a) contribuir com a caracterização da cidade
b) apenas de indicar circunstancia de lugar
c) atribuir valor semântico de afirmação aos versos
d) contribuir com a intensificação em que ocorrem as ações no texto
e) auxiliar na construção do sentido dos termos “bananeiras” e “laranjeiras”

4) (UNIFESP-2010) Considere a charge e as afirmações.


I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança;

II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no país;
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere o aumento de idosos no país.

Está correto o que se afirma em:

a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

Texto 2
Soneto de fidelidade
(Vinicius de Moraes)

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

5) No segundo verso do poema, no qual o poeta mostra como tratará o seu amor, as expressões “com tal zelo”, “sempre” e “tanto” dão, respectivamente, ideia de

a) modo - intensidade - modo.
b) modo - tempo - intensidade.
c) tempo - tempo - modo.
d) finalidade - tempo - modo.
e) finalidade - modo - intensidade









GARITO

1 – B 
2 – E
3 – A
4 – E
5 – B



Funções da linguagem


1) (ENEM – 2010) “A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações”
(DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995)

Predomina, no texto, a função da linguagem:

a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.
b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.
c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem.
d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
e) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.

2) (ENEM – 2009)
Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

[...]

O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
(BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967)

Predomina, no texto, a função da linguagem:

a) fática, porque o autor procura testar o canal de comunicação.
b) metalinguística, porque há explicação do significado das expressões.
c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de uma ação.
d) referencial, já que são apresentadas informações sobre acontecimentos e fatos reais.
e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração especial e artística da estrutura do texto.

3) (ENEM – 2013)
Lusofonia
rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.

Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada no café, em frente da chávena de café, enquanto alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este poema sobre essa rapariga porque, no brasil, a palavra rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então, terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café, a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga que alisa os cabelos com a mão, num café de Lisboa, não fique estragada para sempre quando este poema atravessar o atlântico para desembarcar no rio de janeiro. E isto tudo sem pensar em África, porque aí lá terei de escrever sobre a moça do café, para evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é uma palavra que já me está a pôr com dores de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria era escrever um poema sobre a rapariga do café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.
(JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008)

O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela:

a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.
b) defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX.
c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.
d) tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.
e) valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser reconhecida.

4) (UFV-2005) Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo, de Graciliano Ramos:

I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a propriedade S. Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões.
II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado desde meio-dia, tomava café e conversava, bastante satisfeito.
III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de trás para diante.
IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar dissabores! Será? Não será?
V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.

Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o exercício de metalinguagem em São Bernardo:

a) III e V.
b) I e II.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) II e V.

5) (ENEM – 2012)
Desabafo

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
[CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento)]

Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois

a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.

GARITO

1 – E 
2 – E
3 – D
4 – A
5 – B

Acentuação e adjunto adverbial

1) Considere a charge a seguir:
















(Texto extraído de http://professormarcoscortinovis.blogspot.com/search/label/Acentua%C3%A7%C3%A3o)

Analisando a parte verbal e não verbal da charge e o contexto que ela apresenta, pode-se concluir que:

a) A ausência do acento agudo na vogal U decorre de um erro gráfico na execução da arte.
b) A ausência do acento agudo na vogal U foi intencional, pois mostra, conforme o contexto, que a saúde está sendo recuperada.
c) A ausência do acento agudo na vogal U reforça a ideia da falta de conhecimento das regras de acentuação gráfica por boa parte da população.
d) A ausência do acento agudo na vogal U foi intencional e reforça a ideia do contexto de que a saúde não está bem.
e) A ausência do acento agudo na vogal U confirma a ideia de socorro, bem definida pelo contexto da charge.

2) Leia:
Cordel da Acentuação

Este cordel vai falar
Da nossa acentuação
Que apresenta muitas regras
Que confundem o cabeção
Por isso, meu bom amigo
Preste bastante atenção.

(...).

Todos ditongos abertos
Formados por -ÉU, -ÉI, -ÓI
Devem ser acentuados
Como chapéu e herói
Fiéis, céu, e coronéis
Anéis, fogaréu, dodói.
(Poema de Carlos Soares da Silva. Disponível em http://www.pucrs.br/mj/poema-cordel-36.php acesso em 17/06/2010)

A segunda estrofe do cordel em análise, versa sobre a regra específica de acentuação dos ditongos. Um comentário correto acerca dessa estrofe é:

a) Ele está incorreto, pois os referidos ditongos recebem acento somente nas oxítonas.
b) Ele está incorreto, pois, segundo o novo acordo ortográfico, os referidos ditongos recebem acento somente nas oxítonas.
c) O novo acordo ortográfico alterou a regra de acentuação dos ditongos, limitando a acentuação dos referidos ditongos abertos apenas nas oxítonas e nos monossílabos tônicos.
d) O novo acordo ortográfico, em vigor no Brasil desde 2016, não alterou a regra de acentuação dos ditongos, portanto a estrofe do cordel contém uma informação verdadeira.
e) A estrofe apresenta uma regra em vigor, no que se refere à acentuação dos ditongos, no entanto não menciona as exceções a essa regra.

O texto a seguir serve de base às questões 3, 4 e 5.

“Lugar de mulher também é na oficina. Pelo menos nas oficinas dos cursos da área automotiva fornecidos pela Prefeitura, a presença feminina tem aumentado ano a ano. Atualmente, de cinco mulheres matriculadas em 2005, a quantidade saltou para 79 alunas inscritas neste ano nos cursos de mecânica automotiva, eletricidade veicular, injeção eletrônica, repintura e funilaria. A presença feminina nos cursos automotivos da Prefeitura — que são gratuitos — cresceu 1 480% nos últimos sete anos e tem aumentado ano a ano.”
(Disponível em: www.correiodeuberlandia.com.br. Acesso em: 27 fev. 2012 / adaptado)

3) (ENEM – 2012) Na produção de um texto, são feitas escolhas referentes a sua estrutura, que possibilitam inferir o objetivo do autor. Nesse sentido, no trecho apresentado, o enunciado “Lugar de mulher também é na oficina” corrobora o objetivo textual de:

a) Demonstrar que a situação das mulheres mudou na sociedade contemporânea.
b) Defender a participação da mulher na sociedade atual.
c) Comparar esse enunciado com outro: “lugar de mulher é na cozinha”.
d) Criticar a presença de mulheres nas oficinas dos cursos da área automotiva.
e) Distorcer o sentido da frase “lugar de mulher é na cozinha”.

4) Os adjuntos adverbiais exercem função fundamental nas orações, no que se refere a estabelecer determinadas circunstâncias em que se dá uma ação verbal. O texto em análise, por exemplo, contém muitos adjuntos adverbiais imprimindo circunstância de tempo. O item que não corrobora com essa afirmação é:

a) “ano a ano”
b) “em 2005”
c) “nos últimos sete anos”
d) “cresceu 1 480%”
e) “Atualmente”

5) O fragmento sintático em destaque na frase – “a quantidade saltou para 79 alunas inscritas neste ano nos cursos de mecânica automotiva, eletricidade veicular, injeção eletrônica, repintura e funilaria” – classifica-se como adjunto adverbial, e imprime circunstância de:

a) Lugar
b) Intensidade
c) Modo
d) Afirmação
e) Dúvida









GABARITO

1 – d
2 – c
3 – a
4 – d
5 - a

Verbos

O texto I serve de base para as questões de 1 e 2.

TEXTO I









1) É cada vez menos frequente o uso da 2ª pessoa do plural na fala e na escrita do cotidiano, uma vez que ela costuma se relacionar a contextos muito formais de comunicação. Considerando os interlocutores e o contexto, o emprego da 2ª pessoa:

a) É justificado devido à informalidade do contexto.
b) É justificado pelo fato de o personagem se dirigir a Deus, buscando assim ser mais formal e expressar respeito.
c) Se faz necessário para a melhor compreensão da oração feita a Deus.
d) É justo, pois ela se alinha com a informalidade mostrada no último quadro.
e) Ocorre porque, apesar da informalidade, o personagem tenta manter uma relação de intimidade com Deus.

2) A fala de Deus, no segundo quadro, revela uma de suas características. O uso do verbo “ser” nesse contexto, demonstra que essa característica:

a) É transitória
b) É proveniente de uma mudança de estado.
c) Decorre de um estado de Deus
d) Decorre de uma continuidade do estado de Deus.
e) É permanente

O texto II serve de base para as questões de 3 e 4.

TEXTO II

LUA BONITA
(Raul Seixas)

Lua bonita
Se tu não fosses casada
Eu preparava uma escada
Pra ir no céu te buscar
Se tu colasses teu frio com meu calor
Eu pedia ao nosso senhor
Pra contigo me casar

Lua bonita
Me faz aborrecimento
Ver São Jorge no jumento
Pisando no teu clarão
Pra que cassaste com um homem tão sisudo
Que come dorme faz tudo, dentro do seu coração?

Lua Bonita, Meu São Jorge é teu senhor,
E é por isso que ele "veve" pisando teu esplendor
Lua Bonita se tu ouvisses meus conselhos
Vai ouvir pois sou alheio,
Quem te fala é meu amor
Deixa São Jorge no seu jubaio amuntado
E vem cá para o meu lado
Pra gente viver sem dor.
(https://www.letras.mus.br/raul-seixas/90187/)

3) Na primeira estrofe, o eu lírico se expressa de uma maneira que a norma culta da gramática da língua portuguesa considera errada. O item que corrobora com essa afirmação é:

a) O uso do pretérito imperfeito em “preparava”, na condição dada, é reprovado pela gramática. Em seu lugar deveria ser usada a forma verbal “prepararia”.
b) O contexto apresentado não exige o uso da segunda pessoa, como em “se tu colasses”.
c) O verbo “casar”, devido ao seu caráter cerimonioso, deveria ser trocado por “casamento”.
d) No verso “pra ir no céu te buscar”, o verbo “ir” deveria estar no futuro, a fim de confirmar uma ação que ainda acontecerá.
e) O vocativo “lua bonita” é informal, portanto não se admite o uso da 2ª pessoa.

4) O eu lírico, de forma recorrente, expressa-se com verbos no infinitivo. O item que não contém um verso com essa forma verbal é:

a) “Pra ir no céu te buscar”
b) “Pra contigo me casar”
c) “Vai ouvir pois sou alheio”
d) “Pra gente viver sem dor”
e) “Quem te fala é o meu amor”

5)


















A frase que compõe parte verbal em destaque na campanha publicitária contém o verbo “leia”. Considerando a intenção comunicativa da campanha, é correto afirmar que:

a) O uso do verbo no imperativo é legitimado, pois a campanha objetiva persuadir o leitor.
b) “Leia” é verbo no indicativo, muito comum em campanhas publicitárias, cujo objetivo é dar uma escolha ao leitor, entre aderir ou não a campanha.
c) Na situação em análise não se legitima o uso do verbo no imperativo, uma vez que essa campanha não é para todos, ou seja, participa dela quem quiser.
d) O uso do verbo no imperativo não é legitimado, pois a campanha se dirige a crianças.
e) O modo subjuntivo, representado pela forma verbal “leia”, não é o mais apropriado nesse tipo de texto, pois eles imprimem situação hipotética.

  

GARITO

1 – B 
2 – E
3 – A
4 – E
5 – A

Variações linguísticas

  1. (ENEM – 2014)

Óia eu aqui de novo
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo para xaxar
Vou mostrar pr’esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar
Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raquel
Diz que eu tou aqui com alegria
BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em: www. luizluagonzaga.mus.br. Acesso em: 5 maio 2013 (fragmento).
A letra da canção de Antônio de Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma característica do falar popular regional é:

a) “Isso é um desaforo”
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
e) “Vem cá morena linda, vestida de chita”

  1. (ENEM – 2014)
Em bom português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria que a gente é apanhada (aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular como do plural: tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico cai em desuso. Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção para os que falam assim:
Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.
SABINO, Fernando. Folha de S. Paulo, 13 abr. 1984 (adaptado).

A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto exemplifica essa característica da língua, evidenciando que:

a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
b) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.
c) o emprego de palavras com sentidos diferentes.
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que pertence o falante.
e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em todas as regiões.

  1. (ENEM – 2015)
Assum preto
(Baião de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
Tarvez  por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mió
Assum  preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil veiz a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá.

As marcas da variedade regional registradas pelos compositores de Assum preto resultam da aplicação de um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a pronúncia, a morfologia, a sintaxe ou o léxico. No texto, é resultado de uma mesma regra, a:

a) pronúncia das palavras “vorta” e “veve”.
b) pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”.
c) flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”.
d) redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata em frô”.
e) pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”.

  1. (ENEM – 2017)
No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico literário, comentou que apontar um erro de português no título do filme Que horas ela volta? “revela visão curta sobre como a língua funciona”. E justifica: “O título do filme, tirado da fala de um personagem, está em registro coloquial. Que ano você nasceu? Que série você estuda? e frases do gênero são familiares a todos os brasileiros, mesmo com alto grau de escolaridade. Será preciso reafirmar a esta altura do século 21 que obras de arte têm liberdade para transgressões muito maiores? Pretender que uma obra de ficção tenha o mesmo grau de formalidade de um editorial de jornal ou relatório de firma revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua, mas da arte também.”
(Adaptado do blog Melhor Dizendo. Post completo disponível em http:// www  melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-mesmo/. Acessado em 08/06/2016.)
Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, assinale aquele que corrobora os comentários do post.

a) Numa sociedade estruturada de maneira complexa a linguagem de um dado grupo social reflete-o tão bem como suas outras formas de comportamento. (Mattoso Câmara Jr., 1975, p. 10.)
b) A linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua portuguesa, corresponde a um modelo próprio das classes dominantes e das categorias sociais a elas vinculadas. (Camacho, 1985, p. 4.)
c) Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para continuar condenando como erros os usos linguísticos que estão firmados no português brasileiro. (Bagno, 2007, p. 161.)
d) Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma gramática – que nada mais é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a língua. (Geraldi, 1996, p. 64.)
  1. (ENEM – 2013)
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O Pensador. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).

As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto:

a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.







GARITO

1 – C
2 – B
3 – B
4 – C
5 – D