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CONHECENDO O AUTOR DO BLOG

O professor e escritor Marcos Cortinovis Carvalho nasceu no Rio de Janeiro, na capital, em 1975. Após estabelecer-se profissionalmente como professor, foi morar em Mangaratiba, município da Costa Verde fluminense, onde permaneceu por três anos. Atualmente reside em Itaguaí, município da região metropolitana do Rio de Janeiro, compreendida entre a Baixada Fluminense e a Costa Verde.

Casou-se em 1998, tem dois filhos e um neto. Estudou Direito, mas não chegou a se formar, trancou o curso quando iniciou o quinto ano da faculdade e, em seguida, ingressou no curso de Letras. Fez especialização em Linguística e Língua Portuguesa e cursou Mestrado, cuja pesquisa volta-se à leitura e produção textual de alunos em privação de liberdade.

É professor da Rede Estadual de Ensino do Rio de Janeiro, possui duas matrículas públicas: por uma delas, é lotado em uma escola situada em um presídio, onde, além de lecionar Língua Portuguesa e Literatura, coordena trabalhos extraclasse – o Festival de Música e o Café Literário – os quais visam não apenas o desenvolvimento intelectual dos alunos, mas também a sensibilidade artística deles; por outra matrícula, leciona Português e Literatura em Itaguaí.

Lançou-se pela primeira vez no mundo da literatura como escritor com a obra "Nos trilhos do trem e outras crônicas", em que, além de outros temas, inspira-se no dia a dia do trem suburbano do Rio de Janeiro.

Além disso, inspirou-se em cronistas pelos quais tem grande admiração – Luís Fernando Veríssimo, Stanislaw Ponte Preta, Rubem Braga e Zuenir Ventura – e pretende alçar mais voos no universo literário.

domingo, 3 de setembro de 2017

Reportagem



Professores não falam de educação
Tese de mestrado defendida na Universidade de São Paulo (USP) expõe a falta de voz dos educadores na mídia

Por Cinthia Rodrigues

Os professores não contam para ninguém o que se passa dentro da escola – ao menos, não para jornalistas. Há cerca de 10 anos, desde que a ONG Observatório da Educação começou a acompanhar o tratamento dado pela mídia a políticas educacionais, o educador não tem voz nas reportagens sobre o tema. A cada novo índice ou política pública proposta, gestores falam, historiadores, economistas e acadêmicos opinam, mas educadores não são ouvidos.
O fenômeno, acompanhado por Fernanda Campagnucci desde 2007, quando era editora do site do Observatório da Educação, foi tema de mestrado defendido pela jornalista em 2014 na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). A dissertação “O silêncio dos professores” identifica e analisa o processo de construção desse silenciamento.
O trabalho mostra como os profissionais responsáveis por ensinar as pessoas a terem capacidades como autonomia, pensamento crítico e capacidade de reflexão sentem-se tolhidos a não falar sobre sua profissão e rotina. São figuras raras não apenas nas reportagens educacionais, mas no próprio debate sobre as medidas a tomar para que seu desempenho seja bom.
“É um silêncio construído e reiterado”, afirma Fernanda, que entrevistou dez profissionais de várias regiões da cidade de São Paulo para explicar por que não falam ou o que ocorre quando conversam com jornalistas. O estudo também ouviu jornalistas que comentam suas tentativas frustradas de entrevistas. A conclusão é de que os educadores não são silenciados propositalmente ou deixam de falar por convicção, mas por uma “impregnação na cultura institucional” que inclui fatores como condições de trabalho e autoimagem do professor.
Muitos citam que declarações à imprensa são proibidas por lei. De fato, até 2009, um resquício da ditadura, popularmente chamado de “lei da mordaça”, proibia as entrevistas. Uma campanha do próprio observatório culminou na mudança da legislação, mas não do comportamento dos professores. “Mesmo os mais novos, quando entram, aprendem com os mais velhos que não devem falar do que acontece dentro da escola. Eles não citam exatamente o artigo, no máximo o estatuto do servidor sem ser específico”, conta.
As entrevistas também mostraram que o cuidado é aprendido na prática. Dos dez professores, dois foram escolhidos por já terem falado em reportagens e um deles foi repreendido pela diretora. “Embora as secretarias de Educação afirmem que há liberdade de expressão, o trabalho para silenciar é explícito”, diz Fernanda. Durante as greves estaduais, por exemplo, um comunicado dúbio reforça que não é permitido falar pelas instituições e acaba reprimindo qualquer fala. Da mesma forma, quando ocorre um caso pontual, como um episódio de violência, uma equipe de “gestão de crise” é enviada para “intermediar” o diálogo. Como resultado, nenhum professor comenta o assunto.
A desvalorização geral do educador também acaba por impactar subjetivamente o professor. “Ele vê reportagens que falam sobre educação e sabe que não é assim. Às vezes vive um conflito entre a realidade que vivencia e a que é retratada, mas acaba tão estigmatizado pela mídia, pela sociedade, até mesmo dentro da família que muda a sua autoimagem e aceita”, lamenta a pesquisadora.
Outro problema é a precariedade do trabalho. A profissão tem grande número de profissionais temporários, contratados sem concurso e que são dispensados após alguns meses. Também são muitos os docentes em estágio probatório por terem sido aprovados há menos de três anos. Mesmo os que são efetivos têm pouco vínculo com a direção, pela alta rotatividade ou pela jornada que, não raro, estende-se por mais de uma escola. No Estado de São Paulo, por exemplo, 26% dos docentes lecionam em dois ou mais estabelecimentos. “Eles não se sentem seguros o suficiente, estão em um ambiente burocrático e sem vínculos fortes, por isso uma entrevista é algo tão difícil”, explica a mestre.
Segundo sua pesquisa, depois de certo ponto da carreira, falar sobre o próprio trabalho passa a ser estranho para o professor que nunca tomou tal iniciativa. “A situação toda vai criando uma pré-disposição para não falar que depois se torna permanente ao longo da carreira.”
O levantamento mostrou também que os casos de professores retratados em reportagens são exceções extremas, em que os educadores aparecem como heróis apesar de um contexto ruim ou como responsáveis pela má qualidade na Educação, de forma isolada. A constatação deu origem à campanha “Nem herói nem culpado, professor tem que ser valorizado”, do mesmo Observatório da Educação. “Estas reportagens reforçam ainda mais a visão de que os educadores em geral não estão preparados.”
Para ela, apesar de todos os setores da sociedade e especialmente os governos desempenharem um papel de protagonista no silêncio, educadores e jornalistas podem ajudar a romper o ciclo vicioso. Por parte da imprensa, Fernanda diz que é preciso enfocar a falta de liberdade de expressão. “A mídia não pode naturalizar o silenciamento dos professores nem deixando de procurá-los e nem em respostas como ‘não respondeu à reportagem’. Quanto mais for enfatizada a razão dos educadores não constarem nos textos, maior a visibilidade para este problema”, diz.
Ao mesmo tempo, ela acredita que o tema deve constar das formações continuadas dentro das escolas e servir de reflexão para os educadores. “Todo esforço para mostrar a realidade influencia para que haja mudanças. É um processo amplo, que envolve questões objetivas e subjetivas do educador sobre o seu papel. O primeiro passo é tomar consciência”, conclui.
(Texto disponível na seção Carta Educação, do site Carta Capital, disponível em http://www.cartaeducacao.com.br/)

1)      Identifique:

a)      Título:
b)      Subtítulo:
c)      Autor:
d)     Veículo:

2)      Que relação há entre o título e o texto?

3)      Segundo a leitura da matéria jornalística, a pesquisa realizada revela que:

a)      professores sentem-se à vontade para falar da profissão.
b)      professorem não se sentem à vontade para falar da profissão.
c)      professores sentem-se impedidos de falar da profissão.
d)     professores não fala da profissão porque não são consultados.

4)      O silêncio dos professores também é causado pela sociedade:

a)      que criou a “lei da mordaça”.
b)      que criou uma imagem depreciada do professor.
c)      que pretende preservar o trabalho dos professores mais novos.
d)     que elaborou um comunicado dúbio reforçando  que não é permitido falar pelas instituições de ensino.

5)      A reportagem põe em discussão o tema de uma pesquisa de mestrado que identifica e analisa o fato de professores não falarem sobre educação na mídia. Que opinião você tem sobre esse silêncio. Justifique sua reposta.

6)      Segundo a matéria, para o estudo foram ouvidos professores e jornalistas. A que conclusão essa  pesquisa chegou?

7)      Que aspecto legal é mencionado na matéria para justificar o silêncio dos professores?

8)      Um dos aspectos abordados pela reportagem refere-se à precariedade que envolve o ensino público:

a)      Que aspectos são dados como exemplo?

b)      Que dado quantitativo é apresentado?

9)      Para a pesquisadora Fernanda Campagnucci, qual deve ser o papel imprensa a fim de romper o silêncio dos professores?

a)      Pedir o fim da Lei da Mordaça.
b)      Evitar que professores criem a pré-disposição para não falar, porque depois isso se torna permanente ao longo da carreira.
c)      Realizar mais pesquisas sobre a atuação dos professores.
d)     Dar foco à falta de liberdade de expressão.

10)  Observe o uso das aspas nos fragmentos a seguir:

I - “A situação toda vai criando uma pré-disposição para não falar que depois se torna permanente ao longo da carreira.” (9º parágrafo)

II - “Nem herói nem culpado, professor tem que ser valorizado”

Elas foram usadas pelo mesmo motivo? Explique sua resposta.
                                                                                                                                                        
11)  O uso de formas verbais na 3ª pessoa e a constante referência a uma pesquisa de mestrado reforça a ideia de que a reportagem foi produzida pela jornalista:
(          ) de maneira impessoal.
(          ) de maneira pessoal.



GABARITO

1)
a) Professores não falam de educação
b) Tese de mestrado defendida na Universidade de São Paulo (USP) expõe a falta de voz dos educadores na mídia
c) Cinthia Rodrigues
d) Site de Carta Capital

2) O texto apresenta uma tese de doutorado sobre a “falta de voz dos educadores na mídia “ quando o assunto é educação.

3) C

4) B

5) Resposta Pessoal.

6) A conclusão é de que os educadores não são silenciados propositalmente ou deixam de falar por convicção, mas por uma “impregnação na cultura institucional” que inclui fatores como condições de trabalho e autoimagem do professor.”

7) A Lei da Mordaça.

8)
a) “A profissão tem grande número de profissionais temporários, contratados sem concurso e que são dispensados após alguns meses. Também são muitos os docentes em estágio probatório por terem sido aprovados há menos de três anos. Mesmo os que são efetivos têm pouco vínculo com a direção, pela alta rotatividade ou pela jornada que, não raro, estende-se por mais de uma escola.”

b) “No Estado de São Paulo, por exemplo, 26% dos docentes lecionam em dois ou mais estabelecimentos.”

9) D

10) Não. Em I, as aspas delimitam um fragmento da pesquisa; em II,           indicam o nome de uma campanha.
                                                                                                                                                        
11) ( X ) de maneira impessoal.

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