Texto 1
(Raul Seixas)
Dois pé de
guataíba, cajú, manga e cajá
Peguei na enxada
como pega um catingueiro
Fiz aceiro,
botei fogo, "Vá vê cumé que 'tá"
Tem abacate,
genipapo e bananeira
Milho verde,
macaxeira, como diz no Ceará
Cebola, coentro,
andú, feijão de corda
Vinte porco na
engorda, inté um gado no currá
Com muita raça,
fiz tudo aqui sozinho
Nem um pé de
passarinho veio a terra semear
Agora veja, cumpadi
a safadeza
Começô a marvadeza,
todo bicho vem prá cá
Num planto
capim-guiné
Pra boi abaná
rabo
Eu tô virado no diabo, eu tô
retado cum você
'Tá vendo tudo e
fica aí parado
Cum cara de veado que viu caxinguelê.
Sussuarana só
fez perversidade
Pardal foi pra
cidade
Peruá minha
saqué (qué, qué)
Dona raposa só
vive na mardade
Me faça a
caridade, se vire, dê no pé
Sagui trepado no
pé da goiabeira
Sariguê na
macaxeira, tem inté tamanduá
Minhas galinha
já num ficam mais paradas
E o galo de
madrugada tem medo de cantar
Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no diabo, eu tô retado cum você
'Tá vendo tudo e fica aí parado
Cum cara de veado que viu caxinguelê.
a) Fiz aceiro
b) Inté um gado no currá
c) Eu to retado cum você
d) Tá vendo tudo e fica aí parado
e) Começo a marvadeza
5)
Que variações
linguísticas podem ser identificadas nessa imagem?
GABARITO
1) d)
2) Variação social
3) O eu lírico não planta o capim guiné para outros bichos comerem e seus bois ficarem sem alimento.
4) Mandioca,
no Sul; aipim, no Sudeste. (existem outras denominações)
5) Variação
histórica, devido à mudança de grafia com o passar do tempo; e variação social,
pois “vomincê” ou “vassuncê” eram formas usadas pelos escravos nas fazendas de
engenho, em vez de “vossa mercê”.
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