Tema: A importância da literacia familiar em debate no Brasil
Crianças que
leem em casa chegam à escola com um vocabulário mais robusto, são mais
sociáveis e criativas
Disponível em:
https:
https://www.dentrodahistoria.com.br/blog/educacao/alfabetizacao-e-leitura/a-importancia-da-leitura-em-casa/
(Adaptado)
TEXTO III
Como o investimento do MEC em literacia familiar pode mudar o futuro de famílias pobres
Na última terça-feira (25), a Secretaria de Alfabetização (Sealf) do Ministério da Educação (MEC) lançou novas ações do programa Conta pra Mim, primeira iniciativa voltada à valorização da leitura no âmbito da família no Brasil, em especial para as que vivem em condição de vulnerabilidade socioeconômica. Agora, somam-se às ações iniciais um acervo de 40 livros em formato digital, além de cantigas e fábulas de Monteiro Lobato interpretadas pelo cantor e compositor Toquinho. Achados científicos chancelados mundo afora apontam que a influência da família no desenvolvimento da linguagem dos filhos, sobretudo quando ancorada em programas dessa natureza, é um dos principais preditores do sucesso educacional e social das crianças. Especialistas como James Heckman, prêmio Nobel de Economia, afirmam que iniciativas como a do MEC são instrumentos capazes de romper o chamado ciclo da pobreza e superar vulnerabilidades sociais. Lançado em 2019, o Conta pra Mim não se resume à leitura junto aos filhos, mas oferece, aos pais, orientações sobre o conceito de literacia familiar (termo consolidado mundo afora e ainda pouco conhecido no país) e ferramentas para que famílias vulneráveis possam aplicar as práticas. A implementação do programa se dá por meio de ações que independem da adesão de entes federado.
“Muitas dessas práticas já são bem aplicadas por famílias de classe média e alta. São práticas muito simples, que qualquer um pode fazer em casa, e que têm impacto fenomenal no desenvolvimento cognitivo das crianças. Principalmente com relação ao vocabulário”, explica Wiliam da Cunha, diretor na Sealf. “Como as famílias pobres são mais deficientes nesse sentido, acaba-se criando um hiato enorme entre a alfabetização de crianças de famílias pobres e ricas. É justamente esse gap que o Conta pra Mim tenta cobrir”, diz.
O que propõe a ação
Pela Política Nacional de Alfabetização (PNA), o conceito de literacia familiar é compreendido como um conjunto de práticas e experiências relacionadas com a linguagem, a leitura e a escrita vivenciadas entre pais/cuidadores e filhos. Em uma das primeiras ações do programa Conta pra Mim, a Sealf disponibilizou às famílias brasileiras o chamado Guia de Literacia Familiar. Validado por especialistas estrangeiros, o documento explica o conceito de literacia familiar, sensibiliza pais e responsáveis acerca de seus benefícios e oferece ferramentas para que até mesmo pessoas menos esclarecidas possam aplicar as atividades propostas.
O conteúdo também foi disponibilizado em uma série de vídeos, publicados no YouTube. Agora, soma-se às ações iniciais a Coleção Conta pra Mim, lançada na última terça. Espécie de biblioteca em formato digital, a coleção disponibiliza 40 obras, adaptadas pelo MEC, para download. As famílias contam, ainda, com uma sequência de cantigas infantis populares e fábulas interpretadas pelo cantor e compositor Toquinho. O conteúdo também está disponível em libras. “Literacia familiar é se envolver na educação dos filhos, curtindo momentos especiais de afeto, carinho e diversão em família, brincando com livros e palavras”, explica, aos pais, o Guia de Literacia Familiar. “Não é preciso ter muito estudo, materiais caros nem morar em uma casa toda equipada e espaçosa para praticar a Literacia Familiar. As práticas são acessíveis a todos”. O documento torna claro que práticas de literacia familiar são amplamente acessíveis e podem ser praticadas da gestação até a adolescência dos filhos.
Em resumo, essas práticas se ancoram em seis principais eixos:
1) interação verbal;
2) leitura dialogada;
3) narração de histórias;
4) contatos com a escrita;
5) atividades diversas como jogar, brincar, passear.
“Nosso objetivo é sensibilizar famílias brasileiras sobre importância das práticas de literacia. Os pais são os primeiros professores dos filhos, uma vez que as crianças aprendem a falar a língua no seio familiar”, afirma Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização. “O impacto disso é decisivo para o futuro acadêmico de uma criança. Não estamos diante de estratégias que possam ser utilizadas apenas por famílias letradas. É um erro afirmar que as práticas de literacia só podem ser cultivadas por leitores hábeis”, diz.
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/como-o-investimento-do-mec-em-literacia-familiar-pode-mudar-o-futuro-de-familias-pobres/ (Adaptado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário