Texto
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Mulher espancada após boatos em rede social morre em Guarujá, SP
Ela foi agredida após ser acusada de praticar magia negra com crianças.
Moradores registraram vídeos mostrando a agressão e postaram na web.
A dona de casa Fabiane Maria de
Jesus, de 33 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (5), dois dias após ter
sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo.
Segundo a família, ela foi agredida a partir de um boato gerado por uma página
em uma rede social que afirmava que a dona de casa sequestrava crianças para
utilizá-las em rituais de magia negra.
De acordo com familiares de
Fabiane, após as agressões, ela sofreu traumatismo craniano e foi internada em
estado crítico no Hospital Santo Amaro, também em Guarujá. Minutos após a
agressão, a Polícia Militar chegou a isolar o corpo de Fabiane acreditando que
ela estava morta após o espancamento. Na manhã desta segunda-feira, porém, a
família recebeu a informação de que Fabiane não resistiu aos ferimentos e
morreu.
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2
Manipulação da Informação
Atualmente o sensacionalismo e o impacto nas informações,
tornaram-se tão comuns quanto à competitividade que foi instaurada nos
diferentes tipos de mercados. Porém, esse tipo de notícia incorre um agravante
que não percebemos. A formação de opinião das pessoas fica, seriamente,
comprometida. À medida que, o acesso à informação tornou-se cada vez mais
rápido e fácil, sua qualidade e veracidade são postas a prova. Fico me
perguntando – toda vez que uma situação noticiada se torna obscura e com
entrelinhas em demasia – quantas verdades existem acerca deste assunto? Ou
pior, será que se a verdade fosse integralmente relatada, valeria vários pontos
no “IBOPE”?
Todos canais de comunicação enfatizam a pregação
incondicional, de chavões tão conhecidos, que se tornam pilares dentro dessas
organizações como, por exemplo: “Compromisso com a verdade”, “A verdade nua e
crua”, “Está é a verdade”. Mas, sinceramente, acredito que, caso, esses pilares
fossem realmente empregados (em seu verdadeiro sentido), muitos meios iriam a
falência, pois, tornar-se-iam obsoletos – muitas vezes a veracidade dos fatos
não causa o mínimo interesse, e não tem a menor graça! -.Por isso, é necessário
“enfeita-los”, é preciso deixá-los pitorescos, ou seja, vendáveis. Mas em
consequência disso, deixam uma nação na ignorância e na profunda ilusão do que
realmente seria a verdade.
Mas não digo, somente, sobre os canais de comunicação! Digo
que isso ocorre em nosso dia-a-dia, em nossas empresas, no meio político, nos
relacionamentos entre homens e mulheres, em nosso círculo de amigos, nos
discursos religiosos. Fantasiar e manipular são dons que os seres humanos
possuem – mas como todo dom, pode levar a ruína de uma pessoa e até de uma
sociedade -. Questiono-me, quem seria Willian Sheaskepeare, caso ele não
tivesse, através de seus preceitos e convicções, fantasiado suas obras e seus
pensamentos? Será que alguém já teria ouvido falar em Adolf Hitler, se ele não
tivesse, com muita competência, através de manipulação, invocado um país a
lutar a favor de uma causa insana, - que levaria a milhares de mortes e ao
Holocausto -?Esses são dois pequenos exemplos, entre milhares de outros, do
poder que a informação exerce sobre o mundo e sua persuasão sobre as pessoas e
as causas que elas lutam. Talvez, por isso, haja tanto espaço e espectadores
para o sensacionalismo. Acredito que esta situação cria uma miopia nas pessoas,
que vêem isto como uma forma de válvula de escape para seus anseios e
frustrações, desejos e necessidades.
Fico muitas vezes sem saber quantos lados existem de um
mesmo acontecimento. Pois, cada ser humano traz, consigo, uma bagagem de vida,
de cultura e experiências adquiridas em diferentes lugares e situações. Devido
a isso, talvez, existam tantos “formadores de opinião”, manipulando e
fantasiando, a todo hora, as verdades sobre as situações ocorridas. Pensem
comigo! Creio, que, se em um simples jogo de futebol ao ser televisionado em
rede nacional, fosse retirado o som, ou simplesmente a sua narração. Muitos
torcedores de uma mesma equipe teriam percepções diferentes de um mesmo lance
polêmico, sobre um jogador, e até mesmo sobre a competência de sua equipe
durante a partida. Mas, isso não ocorre! Ao conversar com as pessoas após as
partidas, a maioria, possuí a mesma opinião ou muito semelhante. Esse tipo de
manipulação acontece sempre, e nem nos damos conta, talvez, por darmos a
desculpa de que esse tipo de assunto não tem tanta importância. Agora, imaginem
uma noticia, realmente, importante como: o real motivo da morte de PC Farias,
ou ainda, sobre as mortes de Eldorado dos Carajás, ou pior, o que teria
acontecido, verdadeiramente, no Pavilhão 9 no Carandiru? Essas respostas, entre
outras, ficaram vagando no ar, sem que se obtenha uma fonte concreta e
confiável para lhe sustentar e dar credibilidade.
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A mídia realmente tem o
poder de manipular as pessoas?
À primeira vista, a resposta para a pergunta que intitula este
artigo parece simples e óbvia: sim, a mídia é um poderoso instrumento de
manipulação. A ideia de que o frágil cidadão comum é onipotente frente aos
gigantescos e poderosos conglomerados da comunicação é bastante atrativa
intelectualmente. Influentes nomes, como Adorno e Horkheimer, os primeiros
pensadores a realizar análises mais sistemáticas sobre o tema, concluíram que
os meios de comunicação em larga escala moldavam e direcionavam as opiniões de
seus receptores. Segundo eles, o rádio torna todos os ouvintes iguais ao
sujeitá-los, autoritariamente, aos idênticos programas das várias estações. No
livro Televisão e Consciência de Classe, Sarah Chucid Da Viá afirma que o vídeo
apresenta um conjunto de imagens trabalhadas, cuja apreensão é momentânea, de
forma a persuadir rápida e transitoriamente o grande público. Por sua vez, o
psicólogo social Gustav Le Bon considerava que, nas massas, o indivíduo deixava
de ser ele próprio para ser um autômato sem vontade e os juízos aceitos pelas
multidões seriam sempre impostos e nunca discutidos. Assim, fomentou-se a
concepção de que a mídia seria capaz de manipular incondicionalmente uma
audiência submissa, passiva e acrítica.
Todavia, como bons cidadãos céticos, devemos duvidar (ou ao menos
manter certa ressalva) de preposições imediatistas e aparentemente fáceis. As
relações entre mídia e público são demasiadamente complexas, vão muito além de
uma simples análise behaviorista de estímulo/resposta. As mensagens
transmitidas pelos grandes veículos de comunicação não são recebidas
automaticamente e da mesma maneira por todos os indivíduos. Na maioria das
vezes, o discurso midiático perde seu significado original na controversa
relação emissor/receptor. Cada indivíduo está envolto em uma “bolha
ideológica”, apanágio de seu próprio processo de individuação, que condiciona
sua maneira de interpretar e agir sobre o mundo. Todos nós, ao entramos em
contato com o mundo exterior, construímos representações sobre a realidade.
Cada um de nós forma juízos de valor a respeito dos vários âmbitos do real,
seus personagens, acontecimentos e fenômenos e, consequentemente, acreditamos
que esses juízos correspondem à “verdade”.
Não só as pessoas, mas também a mídia
influencia diretamente no comportamento do indivíduo na sociedade. Ela, por
exemplo, cria padrões de consumo, determina hábitos e costumes, pode preterir
uma dada informação. Mas não só isso, a influência exercida sobre a opinião
pública pode contribuir negativamente na formação da imagem que se faz de
alguém ou de alguma situação. Nesse sentido, considerando os textos
motivadores, a leitura de Dom Casmurro e o seu conhecimento de mundo, redija
uma redação dissertativa-argumentativa, entre 20 e 30 linhas, em que se discuta
a seguinte questão: As opiniões formadas
a partir da influência de outrem é, de fato, um risco à sociedade?
Utilize a norma-padrão da língua e atribua
um título à redação.