O texto I serve de
base às questões 1 e 2
1)
Acerca
da tirinha, considere as afirmativas a seguir.
I.
A ordenação temporal em torno dos termos “ontem”, “hoje” e “no atual estágio” favorece
a redundância do estado em que se encontra a personagem: a saciedade dos
próprios desejos.
II.
A conjunção “e” encerra a ordenação temporal inicialmente apresentada pela
personagem no primeiro e segundo quadrinhos e serve para minimizar o estado de
resignação em que ela se encontra.
III.
A palavra “resignação” é responsável pelo efeito de humor do texto, pois a
personagem tanto reitera o conformismo diariamente quanto procura avaliá-lo de
forma positiva.
IV.
A ausência de palavras no terceiro quadrinho cria, no leitor, a expectativa de
que o desfecho da reiterada resignação será revertido, contudo essa expectativa
é frustrada.
Assinale
a alternativa correta:
a)
Somente
as afirmativas I e II são corretas.
b)
Somente
as afirmativas I e IV são corretas.
c)
Somente
as afirmativas III e IV são corretas.
d)
Somente
as afirmativas I, II e III são corretas.
e)
Somente
as afirmativas II, III e IV são corretas.
2)
O
termo “que” empregado na última fala do personagem, revela-se, no contexto
apresentado, como um recurso linguístico que:
a)
introduz
uma explicação, pois ele é facilmente substituído pela conjunção “pois”, sem
que o sentido da frase seja alterado.
b)
faz
referência a uma expressão anterior a ele (“no atual estágio”), portanto o
“que” é um pronome relativo.
c)
estabelece
relação de subordinação entre as orações do período composto, exercendo a
função própria de uma conjunção integrante.
d)
reforça,
entre as orações do período composto em análise, a relação de independência
delas, pois o que, nesse contexto, por uma questão de oralidade, é uma redução
da palavra “porque”.
e)
refere-se
a uma expressão posterior a ele (“a resignação”), a fim de reforçar o humor
contido na tirinha.
O texto II serve
de base às questões 3 e 4
Texto II
O mundo mudou
“O mundo mudou” porque está sempre
mudando. E sempre estará, até que um dia chegue o seu alardeado fim (se é que
chegará). Hoje vivemos “protegidos” por muitos cuidados e paparicos, sempre sob
a forma de “serviços”, e desde que você tenha dinheiro para usá-los, claro.
Carro quebrou na marginal? Relaxe, o guincho da seguradora virá em minutos
resgata-lo. Tem dificuldade de locomoção? Espere, a empresa aérea disporá de
uma cadeira de rodas para levá-lo ao terminal. Surgiu uma goteira no seu chalé
em plenas férias de verão? Calma, o moço que conserta telhados está correndo
para lá agora. Vai ficando para trás um outro mundo - de iniciativas, de gestos
solidários, de amizade, de improvisação (sim, “quem não improvisa se
inviabiliza”, eu diria, parafraseando Chacrinha). Estamos criando uma geração
que não sabe bater um prego na parede, trocar um botijão de gás, armar uma
rede. É, o mundo mudou sim. Só nos resta o telefone do SAC, onde gastaremos
nossa bílis com impropérios ao vento; ou o site da loja de eletrodomésticos
onde ninguém tem nome (que saudade dos Reginaldos, Edmilsons e Velosos). Ligaremos para falar com a nossa própria
solidão, a nossa dependência do mundo dos serviços e a nossa incapacidade de
viver com real simplicidade, soterrados por senhas, protocolos e pendências
vãs. Nem Kafka poderia sonhar com tal mundo.
[ZECA BALEIRO. Disponível em: www.istoe.com.br.
(adaptado)].
3)
O
texto trata do avanço técnico e das facilidades encontradas pelo homem moderno
em relação à prestação de serviços. No desenvolvimento da temática, o autor:
a)
mostra
a necessidade de se construir uma sociedade baseada no anonimato, reafirmando a
ideia de que a intimidade nas relações profissionais exerce influência negativa
na qualidade do serviço prestado.
b)
apresenta
uma visão pessimista acerca de tais facilidades porque elas contribuem para que
o homem moderno se torne acomodado e distanciado das relações afetivas.
c)
recorre
a clássicos da literatura mundial para comprovar o porquê da necessidade de se
viver a simplicidade e a solidariedade em tempos de solidão quase inevitável.
d)
defende
uma posição conformista perante o quadro atual, apresentando exemplos, em seu
cotidiano, de boa aceitação da praticidade oferecida pela vida moderna.
e)
acredita
na existência de uma superproteção, que impede os indivíduos modernos de sofrerem
severos danos materiais e emocionais.
(A
questão 3 foi extraída de: https://enem.estuda.com/questoes/?resolver=&prova=&q=&inicio=&q=&cat=2&subcat%5B%5D=2679&subcat%5B%5D=2678&subcat2%5B%5D=832&subcat2%5B%5D=851&subcat2%5B%5D=840&subcat2%5B%5D=841&subcat2%5B%5D=857&instituicao%5B%5D=3)
4) Em
relação ao trecho “Hoje
vivemos “protegidos” por muitos cuidados e paparicos, sempre sob a forma de
“serviços”, e desde que você tenha dinheiro para usá-los, claro”, não é correto
afirmar que:
a) o
conectivo “desde que" foi um recurso linguístico usado para introduzir uma
condição para vivermos protegidos por cuidados e paparicos.
b) a
ausência do uso da vírgula entre os conectivos “e” e “desde que”, apesar de não
prejudicar a leitura, é uma falha gramatical na produção desse texto.
c) o
conectivo “desde que”, no contexto apresentado, carrega consigo valor semântico
de “tempo”.
d) o
fragmento “caso você tenha
dinheiro para usá-los, claro” substitui o fragmento iniciado por “desde que”
sem alterar o sentido pretendido pelo autor do texto.
e) em
relação ao uso da vírgula, a correção textual determina que o correto, segundo
as regras da gramática seria ‘sempre sob a forma de “serviço”, e, desde que você
tenha dinheiro para usá-los, claro.’
O texto III serve
de base à questão 5
Texto III
5) A fala
da Mafalda revela uma mudança de atitude – o que ela pretendia fazer; e o que
ela, de fato, fez. A fim de marcar semanticamente essa postura da personagem,
foi empregado um recurso linguístico que:
a) indica
a quebra da expectativa da própria personagem em relação ao seu desejo,
configurada pelo uso do conectivo “mas”.
b) indica
a quebra da expectativa da própria personagem em relação ao seu desejo,
configurada pela criação imaginaria de um personagem – o inquilino.
c) fica
evidente através da feição de surpresa da mãe, conforme o segundo quadro da
tirinha.
d) imprime
ideia de concessão, através do uso do conectivo lógico “mas”.
e) é
evidenciado pelo uso repetido da conjunção integrante “que”, no segundo quadro
da tirinha.
GARITO
1 – c
2 – b
3 – b
4 – c
5 – a